League of Legends

Após segundo ban, Yoda estuda repensar parceria com a Twitch

Autor:
Victor Leahy

O ex-jogador profissional de League of Legends e Streamer, Yoda, teve sua conta suspensa pela segunda vez em um curto período de tempo em uma live realizada entre a noite desse domingo (3) e a madrugada desta segunda-feira (4). A Punição aconteceu durante uma transmissão na Twitch TV que contava com mais de 16 mil espectadores simultâneos. O caso foi relatado pelo Esports 24 Horas (clique aqui para ler).

Reprodução

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Nesta terça-feira (5), a assessoria de comunicação do streamer se pronunciou através de nota e admite que Yoda estuda até mesmo repensar a parceria com a plataforma que vem aplicando diversas punições a conhecidos nomes do cenário de League of Legends no Brasil que realizam transmissões ao vivo. Os streamers, por sua vez, alegam estar “trabalhando com medo” e que “algo precisa mudar.

Veja a nota na íntegra:

Felipe “YoDa” Noronha, uma das maiores celebridades e referência no mercado de Games do Brasil, foi surpreendido com uma suspensão da plataforma Twitch, enquanto fazia sua última live, no dia 04.05.2020, com mais de 16K espectadores. A punição pegou a todos de surpresa, uma vez que fora determinada sem notificação prévia, aviso por escrito ou qualquer direito de defesa.

Mais do que isso, tal suspensão foi feita em uma live que arrecadava fundos para o Instituto YoGamers do Bem, instituição do próprio streamer que ajuda jovens de escolas públicas, em prol da Campanha #GamersEmCasa, criada para o combate ao Coronavírus COVID-19. A receita arrecadada do projeto, feita justamente através de donates do canal de YoDa, na plataforma Twitch, vai ser destinada para organizações que produzem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para profissionais de saúde e também para produção de máscaras de proteção para a população em geral.

Questionada, a Twitch informou que a suspensão dada, de 24 horas, foi ocasionada pelo uso da palavra “megazord” pelo streamer, em substituição da palavra “mongolóide”, que já havia sido, inclusive, a motivadora da primeira suspensão do streamer, na ocasião por sete dias, no último dia 17 de abril.

YoDa explica que usou a palavra “mongolóide” dentro de um contexto específico, sem qualquer conteúdo pejorativo ou ofensivo. De qualquer forma, por entender que interpretações diversas podiam ser dadas à sua fala e por saber de sua influência na comunidade, concordou com a suspensão previamente informada e comunicada pela Twitch em decorrência do fato.

Nessa segunda oportunidade, porém, YoDa ainda não se conforma com a posição adotada pela Twitch, totalmente desproporcional, ainda mais quando, segundo ele, o uso da palavra “megazord” se deu apenas para justificar a primeira suspensão, quando ele prestava as devidas explicações da primeira suspensão perante a sua comunidade.

“Minha segunda suspensão, dessa vez, foi ao vivo, com mais de 16k pessoas online na stream. O sentimento é de impotência, frustração e constrangimento com minha comunidade, pois não fui avisado antes, como na primeira vez. Simplesmente, cancelaram a minha conta durante a live de campanha do meu Instituto. Não concordo com a forma adotada e sinto muito pela minha comunidade, pela minha imagem, meus parceiros e patrocinadores”, afirma YoDa, que promete, ainda, reavaliar seu relacionamento com a Twitch.

“Acho que existem diversas maneiras de conscientizar e lidar com a situação. Fico muito triste porque, depois de oito anos sendo fiel à plataforma, receber um tratamento desse no meio de uma live, focada em conteúdo beneficente, é muito decepcionante. Eu faço o que faço pela comunidade e também para ajudar a desenvolver o cenário, para que outros streamers possam surgir, para que conteúdos de qualidade sejam criados a fim de entreter e ajudar ainda mais pessoas. Diante desses últimos fatos, é evidente que a atitude da Twitch precisa mudar, porque atualmente todos os streamers que conheço trabalham com medo e se sentem reféns dessas punições. Eu só tenho certeza de uma coisa: vou batalhar para que a nossa profissão dentro da nossa região seja respeitada por todos, fora e dentro do nosso Brasil”, completa o streamer.

Ao longo de sua carreira, YoDa criou vários programas, como o ‘Batalha de Rap’, ‘Casos de Trabson’, ‘YoTalkshow’ – este recorde de audiência da plataforma no Brasil, com mais de 116k espectadores em 2017 – e o ‘Futebol dos Streamers’, lançado em novembro de 2019 com celebridades gamers em prol de uma causa beneficente, atingindo mais de 130k espectadores únicos. Todos os programas do YoDa sempre foram realizados ao vivo e com exclusividade na Twitch.tv.

Atualmente, o canal do YoDa conta com mais de 1,6 milhão de seguidores, alcançou a marca de mais de 150MM de visualizações e mais de 90MM de horas assistidas. Neste dia 4 de maio de 2020, a #HELLOTWITCH ficou em primeiro lugar no Trending Topic do Twitter, com a comunidade em defesa ao streamer.

“Como fica o mercado profissional do streamer após todas essas suspensões com vários influenciadores do Brasil? A saúde mental do criador de conteúdo é muito importante para que ele se sinta seguro no programa ao vivo e interaja bem com seu público. De um mês para cá, as lives se tornaram tensas e cheias de medo. Estou falando de um sentimento relatado por streamers e seus espectadores. É claro que é preciso ter responsabilidade com conteúdo, evitar ofensas, preconceito, ódio, apologia à violência, enfim, conteúdos que não são tolerados em nenhuma esfera social. Mas não é, evidentemente, o caso desta situação. Hoje fica mais um aprendizado de uma profissão ainda muito nova, onde criadores desenvolveram sua própria identidade e a melhor forma de interagir com a comunidade. Precisamos de parceiros dispostos a investir seu tempo para criar alternativas em educar os gamers e permitir que desenvolvam seu trabalho seguros e sem medo. Esse é o ponto principal em realizar uma live relacionada à jogos eletrônicos: ensinar e entreter de forma divertida e natural”, enfatiza Adriana Noronha, sócia da SehLoiro, VP do Instituto YoGamers do Bem e mãe e empresária do Felipe YoDa.

SehLoiro

Instituto YoGamers do Bem”

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